terça-feira, 23 de junho de 2009

Insisto um passo a mais no chão pernicioso do meu dia. Acredito nas coisas importantes e também nas que são fúteis, pois tudo o que nos move faz parte do equilíbrio permanente entre o essencial e o supérfluo. Não quero atenção de rostos sérios e que dêem importância apenas aos ditos "valores fundamentais" da vida, quero também arrancar risos, gargalhadas e gemidos de quem amo, de quem convivo, de quem não canso de ouvir mil vezes a mesma história.
Penso no segundo ausente das conversas banais e aparentemente sem proveito como o aprisionamento repleto do que há de mais humano, mais unido e mais eterno. Andar e sorrir, pensar e ouvir, cantar e olhar, sentir e beijar, falar e respeitar, construir e agradecer. São pares de atitudes, pares de virtudes, pares de coisas que não devem jamais desenlaçar-se nesse caminho torto e estranho que o mundo nos impôs desde o início dos tempos. E para nossa inquietação, é um caminho que nunca se endireitará, para que possamos sempre nos sentirmos impelidos pela trêfega vontade de torná-lo ao menos um caminho bom e prazeroso de se seguir. Eu vejo meus amigos como a materialização da beleza que fez nascer todas as coisas.
É bela a justiça e até a maldade, belo o prazer e a vingança, há mesmo beleza na caridade e até no egoísmo. Não faço, desta forma, apologia alguma a qualquer desses eventos, não cometeria tal loucura. O que tento expressar com estas poucas linhas e quase sem efeito é a nossa luta infinita com anjos e demônios atormentando nosso espírito, prestes a nos fazer sucumbir a um abismo sem cor alguma. E essa batalha é que nos forma, nos distancia, nos escolhe, nos faz humanos feitos de carne, ossos e sentimento vivo, como se um turbilhão que faz girar os corpos no espaço penetrasse pelos poros mínimos da nossa camada orgânica e nos imbuísse da potência inexorável que se chama sobrevivência. Amigos, a palavra dos séculos é a beleza, e a da eternidade é o amor. A dádiva suprema que desta duas palavras se formou passou então, a chamar-se VIDA.

by Bored Girl

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