domingo, 25 de abril de 2010

O HOMEM COM A CAMERA





CINEASTA: DZIGA VERTOV
GÊNERO: DOCUMENTAL


Kino-pravda (Cinema-verdade) foi dirigido e produzido por David Kaufman Abelevich, nascido em uma família judia de intelectuais em Białystok, na Polónia. Kaufman adotou o nome de Dziga Vertov (DZIGA - palavra ucraniana que significa roda que gira sem cessar; e VERTOV - do russo vertet que significa rodar, girar) aos 19 anos, mais ou menos por essa idade Vertov estudava música, medicina e escrevia poemas.
Após o discurso em que Lenin considera o cinema como o principal meio de divulgação da nova ordem social que se instala na União Soviética, Vertov se põe à disposição do Kino Komittet de Moscou (1918) tornando-se redator e montador do primeiro cine-jornal de atualidades do Estado Soviético, o Kinonedelia (Cinema Semana). Em 1922, junto com sua mulher Svilova e seu irmão Mijail (câmera), Vertov cria o "Conselho dos Três", se denominando kinors (composto das palavras russas kino + oko: cinema-olho). A partir daí dão início ao projeto Kino-Pravda, produzindo 23 "capítulos" desse projeto, nele descreve os consequentes da Revolução Russa.
É interessante o fato deste movimento cujo nome deriva de "documentário" estar ao lado de estilos como Hollywood, Nouvelle Vague e Neo-Realismo. O sucesso deste documentário deveu-se à forma honesta como o realizador representou o povo Russo sem recurso a efeitos especiais ou pós-produções complexas. A partir do filme criou-se o conceito de “film-truth”: tentar captar fragmentos da atualidade que quando estruturados permitissem mostrar um significado mais profundo.

domingo, 18 de abril de 2010

Estou distante
das coisas à frente
cala-me o rubor
horas limpas para encher o dia
mas ali, agora aqui
e ali, aqui, em mim!
Atravessei esas névoa quando frio redor
separa e interrompe esse vazio de nada
como uma flor...
Insisto um passo a mais no chão pernicioso do meu dia. Acredito nas coisas importantes e também nas que são fúteis, pois tudo o que nos move faz parte do equilíbrio permanente entre o essencial e o supérfluo. Não quero atenção de rostos sérios e que dêem importância apenas aos ditos "valores fundamentais" da vida, quero também arrancar risos, gargalhadas e gemidos de quem amo, de quem convivo, de quem não canso de ouvir mil vezes a mesma história.
Penso no segundo ausente das conversas banais e aparentemente sem proveito como o aprisionamento repleto do que há de mais humano, mais unido e mais eterno. Andar e sorrir, pensar e ouvir, cantar e olhar, sentir e beijar, falar e respeitar, construir e agradecer. São pares de atitudes, pares de virtudes, pares de coisas que não devem jamais desenlaçar-se nesse caminho torto e estranho que o mundo nos impôs desde o início dos tempos. E para nossa inquietação, é um caminho que nunca se endireitará, para que possamos sempre nos sentirmos impelidos pela trêfega vontade de torná-lo ao menos um caminho bom e prazeroso de se seguir. Eu vejo meus amigos como a materialização da beleza que fez nascer todas as coisas.
É bela a justiça e até a maldade, belo o prazer e a vingança, há mesmo beleza na caridade e até no egoísmo. Não faço, desta forma, apologia alguma a qualquer desses eventos, não cometeria tal loucura. O que tento expressar com estas poucas linhas e quase sem efeito é a nossa luta infinita com anjos e demônios atormentando nosso espírito, prestes a nos fazer sucumbir a um abismo sem cor alguma. E essa batalha é que nos forma, nos distancia, nos escolhe, nos faz humanos feitos de carne, ossos e sentimento vivo, como se um turbilhão que faz girar os corpos no espaço penetrasse pelos poros mínimos da nossa camada orgânica e nos imbuísse da potência inexorável que se chama sobrevivência. Amigos, a palavra dos séculos é a beleza, e a da eternidade é o amor. A dádiva suprema que desta duas palavras se formou passou então, a chamar-se VIDA.